quarta-feira, 29 de março de 2017

Alice Prin - A Kiki de montparnasse

Alice Ernestine Prin (02 de outubro de 1901 - 29 de abril de 1953), apelidada de Rainha de Montparnasse , também conhecida como Kiki de Montparnasse , foi modelo de um artista francês, cantora de boate, uma atriz, memorialista e pintora. Ela ajudou a definir, a cultura de Paris na década de 1920.


Alice Prin nasceu em Châtillon-sur-Seine, Côte d'Or . Filha ilegítima, ela foi criada em extrema pobreza por sua avó. Aos doze anos de idade, ela foi enviada para viver com sua mãe em Paris, a fim de encontrar trabalho. Ela trabalhou pela primeira vez em lojas e padarias, mas com a idade de quatorze anos, ela estava posando nua para escultores, o que gerou conflito com a sua mãe.

Com a  adoção de um único nome, "Kiki", ela tornou-se um dispositivo elétrico no Montparnasse na cena social e modelo de um artista popular, posando para dezenas de artistas, incluindo Sanyu  (pintor) , Chaim Soutine , Julian Mandel , Tsuguharu Foujita , constante Detré , Francis Picabia , Jean Cocteau , Arno Breker , Alexander Calder , Per Krohg , Hermine David , Pablo Gargallo , Mayo e Tono Salazar . Moise Kisling pintou um retrato de Kiki intitulada Nu assis , um de seus mais conhecidos.

Seu companheiro na maior parte da  década de 1920 foi Man Ray , que fez centenas de retratos dela. Ela é o tema de algumas das suas mais conhecidas imagens, incluindo o notável surrealista imagem Le Violon d'Ingres  e Noire et Blanche.

Ela apareceu em nove curtas-metragens e muitas vezes experimentais, incluindo a de Fernand Léger mécanique Ballet sem qualquer crédito.

Seus desenhos e pinturas incluem retratos, auto-retratos, atividades sociais, animais fantásticos, e paisagens de sonho compostas em uma luz, um pouco desigual, estilo expressionista que é um reflexo de sua maneira e otimismo sem limites.

Sua autobiografia foi publicada em 1929 como Memórias de Kiki , com Ernest Hemingway e Tsuguharu Foujita proporcionando apresentações. Em 1930, o livro foi traduzido por Samuel Putnam e publicado em Manhattan por Black Manequim Press, mas foi imediatamente banido pelo governo dos Estados Unidos . Uma cópia da primeira edição norte-americana foi realizada na seção de livros proibidos na Biblioteca Pública de Nova Iorque durante os anos 1970. No entanto, o livro tinha sido reimpresso sob o título A Educação de um modelo novo ao longo dos anos 1950 e 1960 (por exemplo, a edição de 1954 por Bridgehead tem o Hemingway Introdução e fotos e ilustrações de Mahlon Blaine). Estas edições foram colocados principalmente por Samuel Roth . Aproveitando-se do fato de que a proibição do livro significava que não recebeu direitos de autor protecção nos EUA, Roth colocou para fora uma série de edições supostamente protegidos por direitos autorais (que nunca foram registradas na Biblioteca do Congresso ) que alterou o texto e acrescentou ilustrações - desenhos e fotografias - que não eram por Prin. Edições publicadas e depois de 1955 incluem um extra de 10 capítulos supostamente escritos por Prin 23 anos após o livro original, incluindo uma visita a Nova York, onde ela se encontra com Samuel Roth e Ernest Hemingway; Nada disso era verdade. A autobiografia originais finalmente viu uma nova tradução e publicação em 1996.




Seus music hall performances em mangueira preta e ligas incluía canções picantes multidão-agradáveis, que foram desinibida, mas inofensivo. Por alguns anos, durante a década de 1930, ela possuía um cabaré Montparnasse, que ela chamou de "Chez Kiki".

Um símbolo da boêmio e criativo Paris, na idade de vinte e oito anos, ela foi declarada a rainha de Montparnasse . Mesmo em tempos difíceis, ela manteve sua atitude positiva, dizendo que "tudo que eu preciso é uma cebola, um pouco de pão e uma garrafa de vermelho [vinho], e eu sempre vai encontrar alguém para me que oferecer."

Ela deixou Paris para evitar o exército alemão de ocupação durante a Segunda Guerra Mundial, que entrou na cidade em junho de 1940. Ela não voltar a viver na cidade imediatamente após a guerra.






Camille Claudel: Talento e Genialidade muito além do seu tempo

Camille Claudel foi assistente de trabalho e companheira de Auguste Rodin em um romance altamente destrutivo. Mas, o maior drama de sua história foi o fato de que seu talento extraordinário levaria décadas para ser reconhecido.



Camille Athanaïse Cécile Cerveaux Prosper (1864-1943), ou Camille Claudel, como ficou conhecida, nasceu em Aisne (França), e cresceu em Villeneuve-sur-Fère.

Sua brincadeira de infância preferida era fugir de sua casa, sem que os adultos percebessem, para que ela e seu irmão Paul Claudel fossem para as montanhas que cercavam a vila, local no qual se encontrava o barro que era esculpido por eles durante a brincadeira.

Diferentemente de sua mãe, o pai de Camille, Louis Prosper, começou a se orgulhar das esculturas realizadas por ela, cujas primeiras figuras retratavam personagens como Napoleão, Davi e Golias e membros da família. Em 1881, acreditando na genialidade da filha de 17 anos, Louis Prosper a levou a Paris, palco da efervescência artística do século XIX.

Camille enfrentou várias diversidades diante desse novo mundo: contava com pouco dinheiro para sobrevivência, mal conseguia pagar o local onde morava e tinha dificuldade para comprar o mármore e o bronze para suas esculturas. Além disso, a escultura ainda era classificada como uma atividade essencialmente masculina, tendo Camille que colocar seu talento à prova a todo momento.


Camille Claudel - "Jovem com um feixe [de trigo]" (1887)



Camille Claudel - "A velha Helena"


A artista passou a ter aulas com Alfred Boucher, que a apresentou ao diretor Nacional de Belas Artes, Paul Dubois. Esse identificou semelhanças entre o trabalho de Camille Claudel e de Auguste Rodin e os apresentou. Nesta época, Rodin ainda não era famoso, mas era amado pelos vanguardistas da arte impressionista.

Rodin convidou Camille para trabalhar como sua assistente, a única mulher entre o grupo de artistas contratados para auxiliá-lo em uma de suas maiores obras: “Os Burgueses de Calais”. Camille era incumbida de esculpir pés e, principalmente, mãos, e era por meio das mãos que, segundo especialistas, Rodin costumava definir a emoção de seus personagens.

Camille tornou-se musa de Rodin. Eles se tornaram também amantes e, posteriormente, rivais.
Camille teria sido a modelo para esta escultura de Rodin:


Auguste Rodin - "A Danaide" (1885)


O relacionamento de Camille e Rodin configurou-se, desde o início, em algo extremamente conturbado. Rodin se recusava a deixar sua esposa e filho para viver definitivamente com Camille, o que tornou a proximidade de ambos atormentadora. Eles também brigavam pela autoria na concepção de obras.

Na interpretação da historiadora Monique Laurent, ex-diretora do Museu Rodin, Auguste Rodin tinha medo de assumir seu relacionamento com Camille por ser consciente da inteligência e do talento de sua amante, o que fazia dela uma artista que poderia suplantá-lo.

Sakuntala, também conhecida como Vertumnus e Pomona (1888), é um marco na trajetória de Camille Claudel. A escultura é inspirada no conto do poeta hindu Kalidasa e retrata o momento do reencontro de Sakuntala e seu marido, após um longo período de separação causado por um feitiço.



"Sakuntala" ou " "Vertumnus e Pomona" (1888)


Em 1892, após passar por um aborto, Camille decidiu se afastar de Rodin e desvincular sua arte da obra dele, embora os amantes tenham se encontrado por mais algum tempo depois dessa decisão. E foi nesse processo de distanciamento e rompimento que o trabalho de Camille Claudel teve seu período mais profícuo.

Suas obras desse período demonstram amadurecimento de concepções e de técnicas. Camille estudou arte oriental e, de 1894 a 1897, Camille passou do realismo ao fantástico e buscou trabalhar com a miniaturização de cenas de movimento.

Fazem parte desse período de grande produtividade de Camille as obras:



"A Valsa" (1892)



"As Bisbilhoteiras" (1893)



"A Pequena Castelã" (1893)



"Reflexão Profunda" (1898)



"A Onda" (1903)



"A Tocadora de Flauta (1905)



"A Idade Madura" (1899) - Museu D'Orsay - Paris



Em consequência da falta de reconhecimento de seu trabalho, dos conflitos com Rodin e após não conseguir se recuperar de um grande golpe que foi para si quando “A Idade Madura”, considerada a mais autobiográfica de suas obras, foi recusada pela Exposição Universal de 1900, mesmo após ter sido encomendada para a referida exposição, Camille passou a viver trancada em seu estúdio e a considerar que havia um complô de Rodin contra ela.

Camille continuou a sofrer preconceito pelo fato de ser uma mulher inserida no universo dos escultores e por ser acusada de copiar o trabalho de Rodin.

Em 1913, Camille Claudel foi diagnosticada como portadora de delírio paranoico e internada em um manicômio. Nunca mais voltou a esculpir e permaneceu nesse local durante 30 anos, até morrer em 1943, aos 79 anos de idade.

O amplo reconhecimento de seu talento só viria muitas décadas depois de sua produção.

Fontes: lounge.obviousmag.org

Berthe Morisot


Nasceu em Bourges, Cher, a 14 de Janeiro de 1841, e, faleceu em Paris, a 2 de Março de 1895. 

Berthe Morisot foi uma pintora impressionista francesa. Iniciou sua formação com os mestres Chocarne-Moreau e Guichard e prosseguiu sob a tutela do pintor Jean-Baptiste Camille Corot. Também teve aulas de escultura com Jean-François Millet. No ano de 1863 começou a pintar ao ar livre em Pontoise, onde conheceu os pintores Charles-François Daubigny e Honoré Daumier. A esse período de intensa aprendizagem seguiram-se viagens pela Espanha e Inglaterra. 

Depois de conhecer Édouard Manet, posou para ele como modelo e apaixonou-se por Eugênio, irmão do pintor, com quem se casou. Depois de participar da primeira exposição dos impressionistas, em 1874, a pintora iniciou uma série de viagens de estudo pela Itália, Países Baixos e Bélgica. Suas obras foram apresentadas em 1886 em Nova Iorque, e um ano mais tarde na Exposição Internacional de Paris. A obra de Berthe Morisot representa uma reflexão afirmativa da obra de Manet, embora com pinceladas mais longas e suaves, com tendência para a verticalização, numa tentativa de organizar a composição.



Dans la salle à manger (ca. 1875)



Le berceau. (1873)



Jeune fille mettant son bas (1880)


Femme et enfant au balcon (1872)


Fonte: biografiaecuriosidade.blogspot.com.br

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Mata Hari

Margaretha Gertruida Zelle (Leeuwarden, 7 de agosto de 1876 — Vincennes, 15 de outubro de 1917), conhecida como Mata Hari, foi uma dançarina exótica dos Países Baixos acusada de espionagem que foi condenada à morte por fuzilamento, durante a Primeira Guerra Mundial. Em diferentes ocasiões sua vida foi alvo da curiosidade de biógrafos, romancistas e cineastas. Ao longo do tempo, Mata Hari transformou-se em uma espécie de símbolo da ousadia feminina.

Mata Hari era filha de um empresário, Adam Zelle, e de Antje van der Meulen. A situação delicada de sua família piorou quando, aos 15 anos de idade, Mata perdeu sua mãe.

No início do século XX, depois de uma tentativa fracassada de se tornar professora, um casamento igualmente fracassado com Rudolf John MacLeod e de ter dois filhos, Norman-John MacLeod e Jeanne-Louise MacLeod, ela se mudou para Paris. Morou por algum tempo na ilha de Java, de onde tirou inspiração para seu pseudônimo.

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Ela posava como uma princesa javanesa e se tornou uma dançarina exótica. Seu pseudônimo Mata Hari quer dizer sol (mas literalmente "olho da manhã") em malaio e indonésio. Ela também foi uma cortesã que teve casos amorosos com vários militares e políticos.

Durante a guerra, Mata Hari dormiu com inúmeros oficiais, tanto franceses quanto alemães e se tornou um peão da intriga internacional, apesar dos historiadores nunca terem esclarecido com exatidão se ela fora realmente uma espiã, e se sim, quais eram as suas atividades como tal. Em 1917 ela foi a julgamento na França acusada de atuar como espiã e também como agente dupla para a Alemanha e França. Foi considerada culpada e no dia 15 de outubro do mesmo ano fuzilada.

Existem vários rumores em torno de sua execução. Um dos mais fantasiosos diz que os soldados do pelotão de fuzilamento tiveram de ser vendados para não sucumbir a seu charme. Outra história cita que Mata Hari jogou um beijo aos seus executores antes que começassem a disparar. Uma terceira versão diz que ela não só jogou um beijo, mas também abriu a túnica que vestia e morreu expondo o corpo completamente nu.

O filme de 1931, "Mata Hari", descreve seus últimos dias de vida. Greta Garbo interpretou o papel principal. Existe uma outra versão do filme Mata Hari de 1985 com a atriz holandesa Sylvia Kristel.

Mata também é mencionada na comédia Casino Royale (1967), quando é dito que, ela e James Bond tiveram uma filha, chamada Mata Bond, e Mata Hari foi o grande amor da vida de James. No seriado Charmed, no episódio 13 da sexta temporada, Phoebe Halliwell (Alyssa Milano) incorpora o karma de Mata Hari. É citada também como um "quase" caso de Dimitri Borja Korosek, personagem principal no livro "O Homem que matou Getúlio Vargas" de Jô Soares.

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Fonte: Wikipédia

terça-feira, 22 de março de 2016

Rosa Marya Colin

Oswaldo Faustino conta a história da cantora e atriz reconhecida internacionalmente Rosa Marya Colin

A cantora e atriz Rosa Marya Colin | Ilustração: Robério Gonçalves

A década era a de 1980. A palavra da moda era “importado”. Ser nacional fazia consumidores de todas as idades torcerem o nariz para qualquer tipo de produto. Talvez por isso a agência de publicidade tenha escolhido para a trilha sonora do comercial de uma das maiores redes de roupas do mundo, chegada ao Brasil em 1976, aquele sucesso do grupo The Mamas and the Papas, de 1965. A novidade, porém, era a intérprete, uma cantora e atriz mineira de Machado, chamada Rosa Maria. A partir daquela trilha, ela se revelou uma jazz singer reconhecida internacionalmente, com uma vendagem de 350 mil cópias de seu LP “California Dreaming”, produzido por Zé Rodrix.

A cantora e atriz mudou seu nome para Rosa Marya Colin. Em nossa memória ainda vibra sua imagem de cabelos black power, entre os jovens rebeldes na primeira montagem do espetáculo teatral Hair, no paulistano teatro Aquarius, em 1969, em plena ditadura militar. Uma constelação de três estrelas afro-brasileiras: Rosa, Sonia Braga e Neusa Borges. O que os anos não foram capazes de mudar foi seu sorriso constante, a simplicidade no convívio, o olhar sempre vivo e vibrante de menina, a fala doce num volume que revela uma calma permanente da garota que se apresentou em público pela primeira vez, em 1963, no programa Hoje é dia de Brotos, da rádio Tupi, do Rio de Janeiro.

Da Tupi para a Mayrink Veiga, e desta para a TV Rio, nos programas Festa do Bolinha, Rio Hit Parade, Flávio Cavalcante, Almoço com as estrelas e Embalo, do maestro Erlon Chaves. O primeiro convite para gravação foi participando do LP “S‘imbora”, de Wilson Simonal. Era menor de idade e teve de ser emancipada para participar dos shows de lançamento. Estava na hora do primeiro compacto duplo – um disquinho com quatro canções. O som era todo bossa nova, mas tinha um hit internacional: Hello Dolly. No ano seguinte, seu primeiro LP, “Uma Rosa com Bossa”, lhe rendeu o prêmio revelação de 1966.

Rosa Marya Colin brilhou também no cinema | FOTO: Digulgação

Estava na hora de se mudar para São Paulo. Como uma boa moça solteira daquela época, vivendo sozinha, foi morar num pensionato. Brilhou no Esta noite se improvisa da TV Record. E estreou no cinema em “Compasso de Espera”, de Antunes Filho, protagonizado pelo saudoso Zózimo Bulbul. As fronteiras brasileiras não poderiam conter uma pessoa como ela, que nasceu com a estrela do jazz a nortear-lhe o destino. Por isso, voou em 1971 para o México, onde permaneceu por um ano e de lá partiu para shows nos EUA e na Europa. Na volta, três anos depois, inaugurou o Club de Jazz Opus 2004, onde ficou em cartaz por quatro anos.

Rosa abriu a década de 1980 lançando o álbum “Céu Azul” e fazendo shows por todo o País. A turnê só foi interrompida pelos convites para se apresentar na Temporada de Jazz e Blues de Los Angeles e no Le Chansonier, de Paris. Na volta, já estava com tudo pronto para lançar “Vagando”, pelo selo Eldorado e, depois, “Garra”, pelo selo Pointer. Retornou à França para se apresentar no teatro L’Opera de Paris. Na volta, lançou “Cristal” e, no ano seguinte, “Sings the blues”. A saudade do palco teatral a faz aceitar o convite para estrelar o espetáculo musical “Noviças Rebeldes”. Só se afastou da montagem para participar do festival da canção em Buga, na Colômbia. Foi classificada com a interpretação à capela “Calix Bento”, uma adaptação de Tavinho Moura de uma canção de Folia de Reis. Venceu a final, com “Viagem”, de Taiguara, que encerra com “...o mundo inteiro vai ser teu, teu, teu”. Dama do disco e dos palcos, gravou “Rosa in Blues” e percorreu o País com o show homônimo. Depois vieram mais três discos: “Fever”, “Cores” e “Harlem”, este último, só com spirituals. Suas apresentações nos EUA arrebataram elogios de Stephen Holden, crítico do New York Times, que a comparou a cantoras como Tina Tuner e Chaka Khan. Na Globo, ela já foi Nossa Senhora Aparecida em “Hoje é dia de Maria 2”, Balbina em “Sinhá Moça”, Tia Nastácia em “Sítio do Pica Pau Amarelo”, Aurora em “Ciranda de Pedra”, Irmã Frida em “Xuxa e as Noviças”, mãe de santo em “Força-Tarefa”, Antônia em “Paraíso”, Irmã Calvário em “Ti ti ti”, Zilá em “Fina Estampa”, e Mãe Bia em “Subúrbia”. Mesmo no inverno, a carreira de Rosa Marya Colin estará sempre quente e segura, como profetizou a canção “California Dreaming”.

Rosa Marya cantando "Black Tie":




Fonte: http://racabrasil.uol.com.br/

terça-feira, 8 de março de 2016

Por que 8 de março é o Dia Internacional da Mulher?

Funcionárias do Instituto de Resseguros do Brasil, primeira empresa no Brasil a ter uma creche para filhos das funcionárias. Foto: Divulgação.

As histórias que remetem à criação do Dia Internacional da Mulher alimentam o imaginário de que a data teria surgido a partir de um incêndio em uma fábrica têxtil de Nova York em 1911, quando cerca de 130 operárias morreram carbonizadas. Sem dúvida, o incidente ocorrido em 25 de março daquele ano marcou a trajetória das lutas feministas ao longo do século 20, mas os eventos que levaram à criação da data são bem anteriores a este acontecimento.

Desde o final do século 19, organizações femininas oriundas de movimentos operários protestavam em vários países da Europa e nos Estados Unidos. As jornadas de trabalho de aproximadamente 15 horas diárias e os salários medíocres introduzidos pela Revolução Industrial levaram as mulheres a greves para reivindicar melhores condições de trabalho e o fim do trabalho infantil, comum nas fábricas durante o período.

O primeiro Dia Nacional da Mulher foi celebrado em maio de 1908 nos Estados Unidos, quando cerca de 1500 mulheres aderiram a uma manifestação em prol da igualdade econômica e política no país. No ano seguinte, o Partido Socialista dos EUA oficializou a data como sendo 28 de fevereiro, com um protesto que reuniu mais de 3 mil pessoas no centro de Nova York e culminou, em novembro de 1909, em uma longa greve têxtil que fechou quase 500 fábricas americanas.

Em 1910, durante a II Conferência Internacional de Mulheres Socialistas na Dinamarca, uma resolução para a criação de uma data anual para a celebração dos direitos da mulher foi aprovada por mais de cem representantes de 17 países. O objetivo era honrar as lutas femininas e, assim, obter suporte para instituir o sufrágio universal em diversas nações.

Com a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) eclodiram ainda mais protestos em todo o mundo. Mas foi em 8 de março de 1917 (23 de fevereiro no calendário Juliano, adotado pela Rússia até então), quando aproximadamente 90 mil operárias manifestaram-se contra o Czar Nicolau II, as más condições de trabalho, a fome e a participação russa na guerra - em um protesto conhecido como "Pão e Paz" - que a data consagrou-se, embora tenha sido oficializada como Dia Internacional da Mulher, apenas em 1921.

Somente mais de 20 anos depois, em 1945, a Organização das Nações Unidas (ONU) assinou o primeiro acordo internacional que afirmava princípios de igualdade entre homens e mulheres. Nos anos 1960, o movimento feminista ganhou corpo, em 1975 comemorou-se oficialmente o Ano Internacional da Mulher e em 1977 o "8 de março" foi reconhecido oficialmente pelas Nações Unidas.

"O 8 de março deve ser visto como momento de mobilização para a conquista de direitos e para discutir as discriminações e violências morais, físicas e sexuais ainda sofridas pelas mulheres, impedindo que retrocessos ameacem o que já foi alcançado em diversos países", explica a professora Maria Célia Orlato Selem, mestre em Estudos Feministas pela Universidade de Brasília e doutoranda em História Cultural pela Universidade de Campinas (Unicamp).

No Brasil, as movimentações em prol dos direitos da mulher surgiram em meio aos grupos anarquistas do início do século 20, que buscavam, assim como nos demais países, melhores condições de trabalho e qualidade de vida. A luta feminina ganhou força com o movimento das sufragistas, nas décadas de 1920 e 30, que conseguiram o direito ao voto em 1932, na Constituição promulgada por Getúlio Vargas. A partir dos anos 1970 emergiram no país organizações que passaram a incluir na pauta das discussões a igualdade entre os gêneros, a sexualidade e a saúde da mulher. Em 1982, o feminismo passou a manter um diálogo importante com o Estado, com a criação do Conselho Estadual da Condição Feminina em São Paulo, e em 1985, com o aparecimento da primeira Delegacia Especializada da Mulher.

Por Paula Nadal

quinta-feira, 3 de março de 2016

Quase 16 milhões de meninas entre 6 e 11 anos nunca irão à escola

O número é duas vezes maior que o de meninos.


Quase 16 milhões de meninas entre 6 e 11 anos nunca irão à escola, de acordo com levantamento da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). O número é duas vezes maior que o de meninos. Entre eles, no mundo, 8 milhões nunca frequentarão as salas de aula.

Os números estão no Atlas de Desigualdade de Gênero na Educação, disponível na internet, divulgado pela Unesco em razão do Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março.

De acordo com a Unesco, as meninas são as primeiras a ter negado o direito à educação. A desigualdade segue principalmente nos Estados Árabes, na África Subsaariana e na Ásia Meridional e Ocidental. Na África Subsaariana, 9,5 milhões de meninas nunca entrarão em uma sala de aula. No caso dos meninos, serão 5 milhões.

Na Ásia, 80% das meninas que estão atualmente fora da escola nunca receberão educação formal, o que equivale a 4 milhões. Entre os meninos, menos de 1 milhão nunca receberá educação formal, o que equivale a 16% daqueles que estão hoje fora da escola.

Em relação aos Estados Árabes, a Unesco diz que as meninas são a maioria das milhões de crianças fora da escola, mas não é possível precisar quantas, devido aos conflitos na região, que dificultam a elaboração de estatísticas exatas.

O Brasil aparece no Atlas como um país sem dados estatísticos específicos sobre gênero na educação básica.

As informações são do Instituto de Estatística da Unesco. Anualmente o instituto faz um levantamento do número de crianças fora da escola e calcula as probabilidades futuras de terem acesso às salas de aula, caso as circunstâncias atuais sejam mantidas. As projeções podem variar ano a ano.

Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

Eliminar as desigualdades de gênero no acesso à escola é um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que devem ser cumpridos até 2030. Atualmente, uma em cada oito crianças entre 6 e 15 anos está fora da escola e as meninas são as primeiras a serem excluídas. Mais de 63 milhões de meninas no mundo inteiro não recebem educação formal.

"Nunca alcançaremos os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável se não conseguirmos vencer a discriminação e a pobreza que paralisam  a vida das meninas e das mulheres de geração a geração", diz a diretora-geral da Unesco, Irina Bokova, em nota divulgada nessa quarta-feira (2). "Devemos trabalhar em todos os níveis, desde a base social até os dirigentes mundiais, para fazer da equidade e integração os eixos de toda política, de forma que todas as meninas, sejam quais forem as suas circunstâncias, vão à escola, prossigam os estudos e cheguem a ser cidadãs emancipadas".

Os ODS são uma agenda global que tem a finalidade de promover o desenvolvimento social, a proteção ambiental e a prosperidade econômica em todo o mundo. Os objetivos começaram a valer este ano. Ao todo, são 17 objetivos e 169 metas que foram acordados pelos países-membros em setembro de 2015, em Nova York, na Cúpula das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável.

Por: Agência Brasil